Módulo 1.2 – C-Squeeze

C-Squeeze (Em teste)

(Metodologia para análise do processo de “Coastal Squeeze” em zonas costeiras estuarinas)

O ecossistema costeiro mangue é um importante provedor de serviços ecossistêmicos ao atenuar a energia das ondas incidentes e proteger a costa da erosão e inundação, ao favorecer a sedimentação e crescimento vertical do solo, protegendo assim a costa da subida do nível do mar, ou até como mecanismo de aprisionamento e retenção de carbono da atmosfera.

Essas funções são extremamente importantes considerando o período de mudanças climáticas enfrentado atualmente. Por ser um ecossistema frágil e complexo, o manguezal necessita de espaço para movimentação para que possa manter suas funções integralmente e, assim, poder adaptar-se a mudanças como a aceleração da subida do nível do mar, migrando para o lado continental. Para que isso ocorra é necessário, no entanto, que um espaço de acomodação horizontal seja mantido inalterado (sem a presença de barreiras impermeáveis como infraestruturas humanas), permitindo assim a colonização de forma natural. No entanto, a ocupação desordenada do litoral, e urbanização na faixa de acomodação continental do mangue pode resultar no bloqueio à migração do mangue fazendo com que esse sofra um processo de compressão litorânea, conhecido como Coastal Squeeze (Pontee, 2013, <https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2013.07.010>).

 O módulo C-Squeeze está sendo desenvolvido na plataforma web CASSIE-CoRe® para avaliar o potencial de coastal squeeze em qualquer região costeira estuarina do planeta. O módulo irá utilizar os resultados obtidos através do módulo Shore-R – posição futura da linha de costa considerando a aceleração da subida do nível do mar; e assim, quantificar o potencial de perda de área de mangue devido a processos oceânicos. Posteriormente, os resultados do módulo EUS-Urban – projeção futura da posição da frente urbana, permitirá quantificar a redução da área de acomodação no lado continental, e consequentemente avaliar o potencial de “coastal squeeze” na área de interesse (Figura 1).

Figura 1. Sequência de imagens de satélite obtidas em diferentes anos na zona costeira da Baía da Babitonga, demonstrando a evolução da frente urbana e consequentemente redução do espaço de acomodação horizontal do ecossistema de mangue (Fonte: Roteiro Detalhado de Projeto CASSIE CoRe, 2022).